O livro “Maus”, escrito por Artie
Spiegelman, conta a história de seu pai, Vladek Spiegelman, um sobrevivente do
Holocausto. Vladek foi um Judeu polonês que foi perseguido, maltratado, aprisionado, separado de sua esposa e filho... A HQ mostra detalhadamente a
história sendo contada pelo próprio Vladek a seu filho Artie.
Vladek morava em Czestochowa,
trabalhava com compra e venda de tecidos e ganhava o necessário para viver. Sua
família morava em sosnowiec e às vezes ia visita-los. E, em uma dessas
visitas, sua prima lhe apresentou uma colega, Anja Zylberberg, com quem se
casou algum tempo depois (isso era por volta de 1935 à 1936).
Então, em 1937 Vladek se casou com
Anja e assim mudou-se para Sosnowiec. Anja era inteligente e vinha de uma
família rica. O sogro de Vladek o ajudou a abrir uma fábrica de tecidos. E, em
Outubro do mesmo ano tiveram o primeiro filho, Richieu.
Depois do parto, Anja entrou em
depressão, então Vladek internou-a em um sanatório na Tchecoslováquia, mas em
três meses ela estaria curada. Quando eles estavam indo para o sanatório de
trem, viram, pela primeira vez, a bandeira Nazista. Estava exposta bem no centro
de uma cidadezinha onde passavam.
Era 1938, já haviam histórias de
cidades expulsando judeus, ou de judeus que foram espancados sem razão. Nessa
época os nazistas já tinham tomado o poder na Alemanha, estavam “moldando” o
jeito de pensar dos Alemães, inserindo uma nova crença, e os alemães estavam
apoiando essa crença.
As pessoas desconfiavam que uma
guerra poderia começar. Então, em 1939 Vladek foi convocado para lutar no
exército polonês. O que só confirmou as suspeitas de todos.
Deixando sua esposa e filho com os
seus sogros, foi lutar contra os alemães na fronteira com a Alemanha. Porém,
quando estava combatendo o exército inimigo algo deu errado. Vladek e muitos
outros viraram prisioneiros de guerra. Depois de alguns meses, ele conseguiu
fugir e voltar para a família em sosnowiec, com a ajuda de um amido em Lublin
(perto de onde ele estava preso), chamado Orbach. Quando encontrou com sua
esposa , Anja, e Richieu, que já estava com dois anos e meio, sentiu como se
não tivesse mudado quase nada, porque ainda tinham a mesma vida de luxo.
No final de 1941 veio uma nova
ordem dos alemães dizendo que todos os judeus de sosnowiec deveriam ir para um
lugar específico em sosnowiec (stara sosnowiec). Ainda não era um gueto, mas
estava perto de virar um.
Em 1942 foi anunciado um aviso
dizendo que todos os idosos com mais de 70 anos seriam transferidos para uma
cidade na Tchecoslováquia. Levaram os avós de Anja.
Só em 1943, que os judeus de
sosnowiec foram transferidos para Srodula (um vilarejo perto de Sosnowiec). Um
gueto. E todos os dia os judeus marchavam uma hora e meia do gueto, em Srodula,
para sosnowiec, para trabalhar. Trabalhavam em lojas ou fábricas Alemãs.
O chefe do gueto de Zawiercie,
Percis, era um bom judeu e tinha alguma influência sobre os alemães. Então
ofereceu levar as crianças menores, para ficarem seguras. Para tentar salvar
Richieu, mandaram ele para o gueto de Zawiercie com Tosha, a irmã mais velha de
Anja, e o marido Wolfe, com a filhinha Bibi e a filha do tio Herman, Lonia.
Isso em 1943. Porém, alguns meses despois, o conselho que mandava no gueto de
Zawiercie foi substituído. Tosha não queria que as crianças fossem levadas para
Auschwitz então usou um veneno que carregava no pescoço, matou as três crianças
e se matou.
Em 1944 Anja e Vladek foram pegos
numa tentativa de fuga de sair da Polônia para a Hungria, mas as pessoas que
combinaram de ajuda-los, entregaram Vladek e Anja para a Gestapo, policia
secreta alemã nazista. Foram presos no trem e levados para uma prisão em
Bielsko, lugar onde Vladek tinha uma fábrica de tecidos que foi tomada logo no
inicio da guerra. De Bielsko foram mandados para
Auschwitz na cidade de Oswiecin. Onde foram separados, homens para um lado e
mulheres para o outro.
Em Auschwitz, cada prisioneiro
recebe um número de identificação. E a única forma de sair de lá era pela
“chaminé”. Quando chegou lá, Vladek já não tinha esperanças, porém conheceu um
homem que com poucas palavras deu um pouco de esperanças a ele. Os prisioneiros
de Auschwitz recebiam umuniforme e um par de sapatos ( que nem sempre cabiam
neles e os sapatos eram de madeira).
Eu achei esse relato bem detalhado,
ele conta tudo que viu e ouviu naquela época. E as ilustrações nos ajudam a imaginar
essas situações de forma mais intensa. A história nos mostra ele lembrando dos
acontecimentos. E ele disse várias vezes que tentou enterrar isso e deixar no
passado, várias e várias vezes. Queimou até as fotos e os diários de Anja, mas
não adiantou, porque “desenterrou” tudo quando Artie pediu para ele contar.
E outra coisa interessante na
ilustração é que ela também nos passa uma mensagem. De como era a realidade
deles naquela época. “De ratos sendo perseguidos por gatos”.
Eu parei de contar a história por
aqui, para não estragar as surpresas de quem vai ler. Ainda vai acontecer muita
coisa pela frente. Como, por exemplo, como será em Auschwitz? Ou como
ele conseguiu sobreviver a Auschwitz? E Anja, para onde foi levada? Será que está
viva? Ele vai reencontrá-la novamente? Quando?