sexta-feira, 13 de outubro de 2017

RESENHA "CANÇÕES DE NINAR DE AUSCHWITZ", DE MÁRIO ESCOBAR, por Camilly Miranda

       

        O livro "canções de ninar de Auschwitz" foi escrito por Mário Escobar, tendo como base o diário de Helene Hannemann. Narra, em primeira pessoa, os medos, as alegrias, as dúvidas que Helene sentiu durante o tempo que esteve em Auschwitz.

       Em Maio de 1943, a polícia bate à sua porta com uma ordem de prender seu marido Johann hanstein: um cigano, e seus cinco filhos com descendência cigana. Porém, Helene, por ser uma alemã Ariana, estava livre, mas preferiu não abandonar sua família.

       Eles moravam em Berlim. Ela trabalhava de enfermeira e ele era um músico. Foram levados para Birkenau em um trem para animais. A viagem durou cerca de três dias e muitos que estavam no trem não aguentaram a fome e a sede e morreram de fome.

       Logo quando chegaram, foram separados. Helene e seus filhos foram parar em um "campo cigano" dentro de Auschwitz II. O lugar era formado por barracas de madeira, que não protegiam em nada do frio. Nos barracões 24 e 30 funcionavam hospitais, 35 e 36 os banheiros e a maior parte dos barracões restantes eram para prisioneiros.

       Helene tem cinco filhos e todos eram menores que 12 anos. A mais nova era Adalia, com três anos, os gêmeos. Ernest e Emily, Otis e o mais velho, com 11 anos, Blaz. Eles ficaram no barracão 4, com as prisioneiras russas, que não falavam a mesma língua que eles. Os barracões dos prisioneiros eram fedidos, e o chão era sujo e lamacento. E as "camas" eram de madeira, colados umas nas outras, quase como beliches. Os prisioneiros não deveriam sair de seus barracões à noite e para ir ao banheiro só de manhã. E em uma hora à tarde. Depois de alguns dias, a situação de Helene melhorou, quando foi transferida para o barracão 14, onde conheceu uma senhora chamada Anna. Foi a primeira pessoa que foi gentil com Helene desde que chegou a Auschwitz. E começou a trabalhar como ajudante de uma enfermeira judia chamada Ludwika, sob as ordens do doutor senkteller.

       Algumas semanas depois um novo soldado da SS é colocado no comando do campo, e esse mesmo soldado, também médico, teve a ideia de criar uma creche dentro de Auschwitz e chamou Helene para ser a diretora do campo. Esse médico, Josef Mengele, parecia diferente dos outros soldados, mantinha-se o tempo todo calmo e demonstrava "carinho" pelas crianças do acampamento.

         Helene começou a desconfiar dessa "proposta", porque dentro de Auschwitz ninguém é bom o suficiente para criar uma creche simplesmente por capricho. Havia algum motivo por trás disso e Helene não queria ser "cúmplice" de mais um plano desses "assassinos", mas se o que ele disse for verdade, ela poderia mudar a situação das crianças, não só a de seus filhos, como também a de todas as crianças do acampamento que ficam andando pelo campo quase sem roupas e desnutridas. E se ela pudesse mudar, mesmo que pouco, essa realidade?

       Eu gostei do livro porque ele descreve em detalhes os sentimentos e as escolhas que Helene teve que fazer. Envolve o leitor de tal forma que é quase como se vivêssemos o que aconteceu.

       Depois que foram separados, para onde será que o marido dela foi levado? Será que ainda está vivo? E quanto a esse novo comandante, Mengele, será que ele é diferente dos outros soldados? E se for, essa diferença é boa ou ruim? E agora, se ela aceitar ser a diretora da creche, o que virá adiante?


       Eu me surpreendi em várias partes da história, mas no final quando... A forma que ela agiu tão..., aquilo foi o que mais me surpreendeu.

Camilly Miranda, aluna da Escola José Pinheiro

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