O livro "canções de ninar de
Auschwitz" foi escrito por Mário Escobar, tendo como base o diário de
Helene Hannemann. Narra, em primeira pessoa, os medos, as alegrias, as dúvidas
que Helene sentiu durante o tempo que esteve em Auschwitz.
Em Maio de 1943, a polícia bate à sua
porta com uma ordem de prender seu marido Johann hanstein: um cigano, e seus
cinco filhos com descendência cigana. Porém, Helene, por ser uma alemã Ariana,
estava livre, mas preferiu não abandonar sua família.
Eles moravam em Berlim. Ela trabalhava
de enfermeira e ele era um músico. Foram levados para Birkenau em um trem para
animais. A viagem durou cerca de três dias e muitos que estavam no trem não
aguentaram a fome e a sede e morreram de fome.
Logo quando chegaram, foram separados.
Helene e seus filhos foram parar em um "campo cigano" dentro de
Auschwitz II. O lugar era formado por barracas de madeira, que não protegiam em
nada do frio. Nos barracões 24 e 30 funcionavam hospitais, 35 e 36 os banheiros
e a maior parte dos barracões restantes eram para prisioneiros.
Helene tem cinco filhos e todos eram
menores que 12 anos. A mais nova era Adalia, com três anos, os gêmeos. Ernest e
Emily, Otis e o mais velho, com 11 anos, Blaz. Eles ficaram no barracão 4, com as
prisioneiras russas, que não falavam a mesma língua que eles. Os barracões dos
prisioneiros eram fedidos, e o chão era sujo e lamacento. E as
"camas" eram de madeira, colados umas nas outras, quase como
beliches. Os prisioneiros não deveriam sair de seus barracões à noite e para ir
ao banheiro só de manhã. E em uma hora à tarde. Depois de alguns dias, a situação de
Helene melhorou, quando foi transferida para o barracão 14, onde conheceu uma
senhora chamada Anna. Foi a primeira pessoa que foi gentil com Helene desde que
chegou a Auschwitz. E começou a trabalhar como ajudante de uma enfermeira judia
chamada Ludwika, sob as ordens do doutor senkteller.
Algumas semanas depois um novo soldado
da SS é colocado no comando do campo, e esse mesmo soldado, também médico, teve
a ideia de criar uma creche dentro de Auschwitz e chamou Helene para ser a
diretora do campo. Esse médico, Josef Mengele, parecia
diferente dos outros soldados, mantinha-se o tempo todo calmo e demonstrava
"carinho" pelas crianças do acampamento.
Helene começou a desconfiar dessa
"proposta", porque dentro de Auschwitz ninguém é bom o suficiente para
criar uma creche simplesmente por capricho. Havia algum motivo por trás disso e
Helene não queria ser "cúmplice" de mais um plano desses
"assassinos", mas se o que ele disse for verdade, ela poderia mudar a
situação das crianças, não só a de seus filhos, como também a de todas as
crianças do acampamento que ficam andando pelo campo quase sem roupas e
desnutridas. E se ela pudesse mudar, mesmo que pouco, essa realidade?
Eu gostei do livro porque ele descreve
em detalhes os sentimentos e as escolhas que Helene teve que fazer. Envolve o
leitor de tal forma que é quase como se vivêssemos o que aconteceu.
Depois que foram separados, para onde será que o marido dela foi levado?
Será que ainda está vivo? E quanto a esse novo comandante, Mengele, será que
ele é diferente dos outros soldados? E se for, essa diferença é boa ou ruim? E
agora, se ela aceitar ser a diretora da creche, o que virá adiante?
Eu me surpreendi em várias partes da
história, mas no final quando... A forma que ela agiu tão..., aquilo foi o que
mais me surpreendeu.
Camilly Miranda, aluna da Escola José Pinheiro |
Nenhum comentário:
Postar um comentário