Hoje eu li o livro "As irmãs em Auschwitz" que conta sobre a
comovente luta pela sobrevivência de duas irmãs reféns do Holocausto.
A história é basicamente contada por Rena, anos depois que a guerra
acabou. Ela resolveu que seria bom poder contar sobre o que aconteceu. Rena
era polonesa e judia, morava com os pais e sua irmã mais nova chamada Danka. A
família de Rena é judia ortodoxa e ela acaba se apaixonando por um não judeu. O rapaz chega a pedir sua mão em casamento (naquela época por meio de cartas),
mas seu amor pela família não deixou esse amor acontecer.
A guerra começou e a Polônia logo foi tomada pelo Nazismo. Os judeus
deixaram de viver aos poucos com tantas regras contra eles, as coisas vão
piorando aos poucos. Rena foge exatamente quando a polícia bate uma noite em
sua casa, procurando-a para ser abusada, esses burburinhos já rondavam a
cidade, por sorte ela consegue escapar para Eslováquia. Lá Rena encontra suas
tios e conta tudo que passou. Os tios tratam ela super bem, levam para eventos
sociais para que conheça pessoas, dão dinheiro para novas roupas, que ela
guarda para mandar mantimentos para a família. Rena não resiste depois de um
tempo em ficar longe da família e voltou para Polônia, porém, ao chegar lá, a
situação está muito pior e Rena mais uma vez volta para Eslováquia. Chegando
lá, as coisas também não estão as mil maravilhas, ela arriscou pessoas fazer a travessia e chegar na Eslováquia, no entanto, agora estava pondo seus tios em
perigo. Rena então decide se entregar ao exército alemão.
Rena foi uma das que fez parte do primeiro trem de mulheres para
Auschwitz I. Ela chega achando que apenas terão que trabalhar por um período,
mas logo descobre que jamais sairá de lá. As coisas ficam mais pesadas quando
de repente Rena encontra sua irmã mais nova Danka, também naquele inferno e faz
de tudo que foi possível para ficar perto da irmã. Ela conta o momento que
tiraram a roupa, a humilhação de serem despidas, sendo que ainda eram virgens,
o andar nu na frente de todos, o seu cabelo lindo que foi raspado, todas as
humilhações que pode existir nessa vida.
Ela conta em detalhes a precariedade em que viviam e relaciona o presente com seu
passado. Elas se alimentavam com pão, sopa quase de água, e chá, isso quando
eram alimentadas. Trabalhavam o dia todo e eram massacradas pelos alemães, mesmo que elas não fizessem nada de errado, bastava eles quererem sentir prazer em machucar alguém. Fala sobre todo sacrifício que fez pela irmã,
par que ficassem perto uma da outra e sobrevivessem, sobre as roupas, e a
câmera de gás.
Elas resistiram por três anos nessa vida. Nos momentos que elas acharam
que morreriam ou desejaram isso. Viviam juntos com as pulgas, ao lado de doenças, em meio
aos mortos. São relatos detalhados de tudo que aconteceu, das seleções, fome,
terrorismo. Mais detalhes são apresentados no rodapé com fatos históricos.
Depois de anos naquele inferno, Rena e Danka sobrevivem. Este livro é uma
inacreditável história de força e coragem. Antes da guerra acabar, Rena
descobre que seus pais morreram, por meio da informação de uma das suas amigas. A sua promessa de
levar sua irmã sã e salva pra casa continuava em pé, mas seus pais não estariam lá para sua
chegada.
"Arbeit macht frei" que significa "o trabalho
liberta ou nos torna livres"