sexta-feira, 13 de outubro de 2017

RESENHA "IRMÃS EM AUSCHWITZ", de Heather Dunemacadam, Rena Kornreich Gelissen, por Lucas Ribeiro


As irmãs em Auschwitz



Hoje eu li o livro "As irmãs em Auschwitz" que conta sobre a comovente luta pela sobrevivência de duas irmãs reféns do Holocausto.




A história é basicamente contada por Rena, anos depois que a guerra acabou. Ela resolveu que seria bom poder contar sobre o que aconteceu. Rena era polonesa e judia, morava com os pais e sua irmã mais nova chamada Danka. A família de Rena é judia ortodoxa e ela acaba se apaixonando por um não judeu. O rapaz chega a pedir sua mão em casamento (naquela época por meio de cartas), mas seu amor pela família não deixou esse amor acontecer.

A guerra começou e a Polônia logo foi tomada pelo Nazismo. Os judeus deixaram de viver aos poucos com tantas regras contra eles, as coisas vão piorando aos poucos. Rena foge exatamente quando a polícia bate uma noite em sua casa, procurando-a para ser abusada, esses burburinhos já rondavam a cidade, por sorte ela consegue escapar para Eslováquia. Lá Rena encontra suas tios e conta tudo que passou. Os tios tratam ela super bem, levam para eventos sociais para que conheça pessoas, dão dinheiro para novas roupas, que ela guarda para mandar mantimentos para a família. Rena não resiste depois de um tempo em ficar longe da família e voltou para Polônia, porém, ao chegar lá, a situação está muito pior e Rena mais uma vez volta para Eslováquia. Chegando lá, as coisas também não estão as mil maravilhas, ela arriscou pessoas fazer a travessia e chegar na Eslováquia, no entanto, agora estava pondo seus tios em perigo. Rena então decide se entregar ao exército alemão.

Rena foi uma das que fez parte do primeiro trem de mulheres para Auschwitz I. Ela chega achando que apenas terão que trabalhar por um período, mas logo descobre que jamais sairá de lá. As coisas ficam mais pesadas quando de repente Rena encontra sua irmã mais nova Danka, também naquele inferno e faz de tudo que foi possível para ficar perto da irmã. Ela conta o momento que tiraram a roupa, a humilhação de serem despidas, sendo que ainda eram virgens, o andar nu na frente de todos, o seu cabelo lindo que foi raspado, todas as humilhações que pode existir nessa vida.

Ela conta em detalhes a precariedade em que viviam e relaciona o presente com seu passado. Elas se alimentavam com pão, sopa quase de água, e chá, isso quando eram alimentadas. Trabalhavam o dia todo e eram massacradas pelos alemães, mesmo que elas não fizessem nada de errado, bastava eles quererem sentir prazer em machucar alguém. Fala sobre todo sacrifício que fez pela irmã, par que ficassem perto uma da outra e sobrevivessem, sobre as roupas, e a câmera de gás.

Elas resistiram por três anos nessa vida. Nos momentos que elas acharam que morreriam ou desejaram isso. Viviam juntos com as pulgas, ao lado de doenças, em meio aos mortos. São relatos detalhados de tudo que aconteceu, das seleções, fome, terrorismo. Mais detalhes são apresentados no rodapé com fatos históricos.



Depois de anos naquele inferno, Rena e Danka sobrevivem. Este livro é uma inacreditável história de força e coragem. Antes da guerra acabar, Rena descobre que seus pais morreram, por meio da informação de uma das suas amigas. A sua promessa de levar sua irmã sã e salva pra casa continuava em pé, mas seus pais não estariam lá para sua chegada.





                       "Arbeit macht frei" que significa "o trabalho liberta ou nos torna livres"

RESENHA "CANÇÕES DE NINAR DE AUSCHWITZ", DE MÁRIO ESCOBAR, por Camilly Miranda

       

        O livro "canções de ninar de Auschwitz" foi escrito por Mário Escobar, tendo como base o diário de Helene Hannemann. Narra, em primeira pessoa, os medos, as alegrias, as dúvidas que Helene sentiu durante o tempo que esteve em Auschwitz.

       Em Maio de 1943, a polícia bate à sua porta com uma ordem de prender seu marido Johann hanstein: um cigano, e seus cinco filhos com descendência cigana. Porém, Helene, por ser uma alemã Ariana, estava livre, mas preferiu não abandonar sua família.

       Eles moravam em Berlim. Ela trabalhava de enfermeira e ele era um músico. Foram levados para Birkenau em um trem para animais. A viagem durou cerca de três dias e muitos que estavam no trem não aguentaram a fome e a sede e morreram de fome.

       Logo quando chegaram, foram separados. Helene e seus filhos foram parar em um "campo cigano" dentro de Auschwitz II. O lugar era formado por barracas de madeira, que não protegiam em nada do frio. Nos barracões 24 e 30 funcionavam hospitais, 35 e 36 os banheiros e a maior parte dos barracões restantes eram para prisioneiros.

       Helene tem cinco filhos e todos eram menores que 12 anos. A mais nova era Adalia, com três anos, os gêmeos. Ernest e Emily, Otis e o mais velho, com 11 anos, Blaz. Eles ficaram no barracão 4, com as prisioneiras russas, que não falavam a mesma língua que eles. Os barracões dos prisioneiros eram fedidos, e o chão era sujo e lamacento. E as "camas" eram de madeira, colados umas nas outras, quase como beliches. Os prisioneiros não deveriam sair de seus barracões à noite e para ir ao banheiro só de manhã. E em uma hora à tarde. Depois de alguns dias, a situação de Helene melhorou, quando foi transferida para o barracão 14, onde conheceu uma senhora chamada Anna. Foi a primeira pessoa que foi gentil com Helene desde que chegou a Auschwitz. E começou a trabalhar como ajudante de uma enfermeira judia chamada Ludwika, sob as ordens do doutor senkteller.

       Algumas semanas depois um novo soldado da SS é colocado no comando do campo, e esse mesmo soldado, também médico, teve a ideia de criar uma creche dentro de Auschwitz e chamou Helene para ser a diretora do campo. Esse médico, Josef Mengele, parecia diferente dos outros soldados, mantinha-se o tempo todo calmo e demonstrava "carinho" pelas crianças do acampamento.

         Helene começou a desconfiar dessa "proposta", porque dentro de Auschwitz ninguém é bom o suficiente para criar uma creche simplesmente por capricho. Havia algum motivo por trás disso e Helene não queria ser "cúmplice" de mais um plano desses "assassinos", mas se o que ele disse for verdade, ela poderia mudar a situação das crianças, não só a de seus filhos, como também a de todas as crianças do acampamento que ficam andando pelo campo quase sem roupas e desnutridas. E se ela pudesse mudar, mesmo que pouco, essa realidade?

       Eu gostei do livro porque ele descreve em detalhes os sentimentos e as escolhas que Helene teve que fazer. Envolve o leitor de tal forma que é quase como se vivêssemos o que aconteceu.

       Depois que foram separados, para onde será que o marido dela foi levado? Será que ainda está vivo? E quanto a esse novo comandante, Mengele, será que ele é diferente dos outros soldados? E se for, essa diferença é boa ou ruim? E agora, se ela aceitar ser a diretora da creche, o que virá adiante?


       Eu me surpreendi em várias partes da história, mas no final quando... A forma que ela agiu tão..., aquilo foi o que mais me surpreendeu.

Camilly Miranda, aluna da Escola José Pinheiro